quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A dobra

  Eu estava  uma reunião de senhoras. Mas não contem pra ninguém que era uma reunião de senhoras. Se essas mulheres forem da faixa etária de 40 até 60 anos, não é seguro dizer senhoras...nem usando a velha história de ser respeitoso, geralmente nós não queremos  ser tão respeitadas assim... Diga apenas que era uma reunião de amigas, encontro de amigas, café das amigas ou qualquer coisa que não seja de senhoras, para senhoras, exclusivo para senhoras.
  Pois é. Eu estava num encontro de amigas. Lá conversamos de tudo mas principalmente de nós mesmas e de nossas mazelas e alegrias. A maior parte do assunto são alegrias, graças ao bom Deus. As mazelas ficam por conta da idade e suas consequências, Não sei quem foi que puxou o assunto, mas demos muitas risadas, afinal a natureza muitas vezes é cruel: não podemos mais com certas coisas, então o jeito é comentar e ouvir da outra que com ela também é assim, que é pra gente se sentir normal! Não podemos mais com certos decotes (os seios - naturais- não são os mesmos, não dá) cada sandália linda, mas dependendo do salto, também não dá. Se são altos as varicoses não permitem, se são as rasteirinhas, minhas preferidas, as varicoses também não permitem - são umas cretinas essas varicoses e ainda tem a postura, que bláblábla dói pra caramba!! Ficar agachado por 5 minutinhos? Nem pensar...
  Então no meio dessa conversa surge a pérola:
  - E a dobra do cotovelo?
  Todas nos viramos para aquela novidade.
  -Dobra? Que dobra, Jesus?
  -Vocês não notaram a dobra que se forma em cima do cotovelo, quando a gente fica mais velho? É sim, podem olhar. Fica uma pelanca cobrindo o cotovelo. É horrível mas acontece.
   A risada foi geral, mas ninguém se atreveu a olhar, sequer a pensar no próprio cotovelo.Continuamos a falar das coisinhas que nos incomodam no dia a dia. Ah, tantas coisas que deixaram de ficar simples pra ficarem complicadas! Sem contar que você vê uns cabelos brancos brotarem na sua cabeça sem serem convidados. De repente suas amigas vão clareando o cabelo. Começam com mechas claras e quando você se dá conta somos todas meio loirinhas!! As mais ousadas e moderninhas  escolhem uns tons avermelhados e dizem estar na moda! Ó céus!
  A conversa continua sobre o tempo. Não o tempo - clima, mas sim o tempo implacável, aquele que não adianta guarda chuva pra nos proteger, não adianta a reza mais poderosa contra ele. E ainda temos que agradecer, sim porque é bom ficarmos velhas: sinal que não morremos ainda!
  Mas e o corpo? Ihhh terreno perigoso esse! Existem aquelas que malham, mas no fundo fazem uma caminhada e olhe lá...o bom mesmo é reunir a família e comer. Reunir as amigas e comer. Quando se combina o encontro logo perguntamos:
  -O que eu levo?
 Manter a forma fica difícil mas na hora da boa conversa ninguém se importa muito com isso afinal o bolo de laranja está ótimo e a torta de frango um espetáculo.
  Amigas dessa idade adoram uma nostalgia: hummm quando éramos novas fazíamos e acontecíamos e jamais isso ou aquilo. Agora temos marido, casa, compromissos, os filhos. Quando éramos novas aproveitávamos a vida. Agora os filhos cresceram e tomaram o próprio rumo. Ficamos  emocionadas com a história de uma amiga que está com a filha em outro estado e de como é a adaptação de uma sem a outra.
  Filhos são maravilhosos mas todas concordam  que eles não arrumam o próprio quarto. Eles tem isso no DNA só pode. Uma já é avó e fala com doçura sobre o neto. Outra já já vai ser e fala da expectativa de ser mãe com mais açúcar...
  E por falar em açúcar o lanche continua maravilhoso....no pratinho misturamos o doce e o salgado sem vergonha de ser feliz assim como na conversa misturamos os assuntos sem compromisso. As conversas surgem e são sobre tudo. As risadas são constantes e assim a tarde vira noite e é hora de nos despedirmos com a promessa de logo nos encontrarmos de novo.
  Sigo pra casa pensando em como sou abençoada por ter tantas amizades bacanas. Como é bom papear e trocar idéias, sem aquele compromisso das palavras certas e do julgamento das outras. Diante da experiencia adquirida pela vida sabemos que o que falamos ali não causa constrangimento ou julgamento porque a amizade nos dá essa segurança.
  Mas tem algo que ficou incomodando como uma pulga atrás da orelha. A tarde toda senti ela me picar o pensamento e me sugar a atenção... Será?
  Chegando em casa, corro pro espelho, tiro minha blusa e me viro de costas. Braço esticado pra poder observar melhor: Ufa...eu ainda não tenho a tal dobra no cotovelo!!!

Por Irma Brazil

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.

Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.

Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.

Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou – escolha uma pizza e fim.

Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai experimentar antes de sair – pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.

Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer bobagem, é esgotante.

Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.

Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.

Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.

Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.



( É da Martha Medeiros...claroo)



                                                                                                                      


domingo, 1 de julho de 2012

É...MINHA FILHA VAI CASAR



É. Minha filhota vai casar. 
Eu hein, que abusada...nasceu outro dia e agora, de repente, olha pra mim dizendo que vai casar. Outro dia mesmo, trocamos o primeiro olhar. Foi na primeira vez que fui mãe e ela me olhou e me fez dependente dela. Pra sempre. O susto de saber o quanto ela dependia de mim e o quanto a vida é frágil, inaugurou em mim vários sentimentos. Um amor que eu não conhecia cresceu de forma infinita. A cada mamada, a cada sorriso, lacinhos, vestidinhos, choros e manhas. Noites acordadas? Muitas. Ela era um pedacinho de gente que transformou a minha vida, me melhorou em vários sentidos, me cansou demais a ponto de eu achar que não ia conseguir. O medo e a insegurança. Errar era normal, mas muito assustador. Você não vai quebrar a sua boneca, me disse um dia minha mãe. Mas ela dormia sossegada em seu bercinho e eu me tornava maior ao vê-la tão minha. 
Queria prolongar aquele momento e torna-lo eterno. Mas os dias passaram e ela foi crescendo. É a vida né...não tem o que fazer. Não podemos impedir os dias de fazerem daquele bebe uma moça tão linda. E eu via o quanto era bom crescer com ela porque podíamos trocar informações preciosas. Em alguns momentos eu me via nela e em outros dias eu pensava de onde veio isso dela? E vieram as diferenças. Impossível não ter. Eu acho isso lindo e ela acha horrível. Eu adoro, ela odeia. Começa a sair sem você e a conversar de porta fechada com as amigas. E aí você é obrigada a contar até três e lembrar que já fez isso e o quanto era bom ter amigos/amigas.
 É assim mesmo, quando os filhos nascem, nós mães já começamos a pensar que o dia de deixá-los vai demorar muito. E daí, de repente aparece um cara bacana, feito pra ela e você começa a perder terreno. Eles fazem planos e você se pega rezando pra que tudo dê certo. E o casamento é marcado. E você a leva numa loja especializada e num minuto sua bebezinha, que você embalava demoradamente pra dormir, está linda num vestido de noiva. Uma princesa que encontrou seu príncipe e vai formar sua própria família. E que um dia também vai descobrir o quanto é belo e abençoado o sorriso de um filho. Seja um sorriso banguelo ou um sorriso de vestido de noiva.
À minha querida filha Juliana desejo tudo aquilo que sempre desejei e que pode ser resumido numa só palavra: FELICIDADE. Que ela venha de diferentes formas em sua vida. Que ela esteja sempre presente mesmo quando alguma coisa não der certo, que você saiba que ela, a felicidade está logo ali esperando quietinha num pequeno gesto ou palavra sua. Que você saiba que a vida vale a pena e que nascemos para ser feliz. Portanto, siga sua vida. Você está preparada e conte sempre com o meu amor incondicional de mãe.
Te amo

Por Irma Brazil

quarta-feira, 30 de maio de 2012


MÃES


Mães, geralmente é a vocês que cabe a educação dos filhos, sobretudo no capítulo modos à mesa, arrumação do quarto etc.

Não sejam preguiçosas!
É mais fácil fazer que ensinar.
Mas tenham coragem, ensinem.
E comecem cedo para que os bons hábitos se tornem uma segunda natureza e não um procedimento para se ter só na frente das visitas.

Seja rigorosa!
Eles vão te odiar às vezes.
Você vai querer esganá-los freqüentemente.
Faz parte entre as pessoas que se amam.
Mas um belo dia alguém vai dizer o quanto seu filho é educado, prestativo, gentil, querido.
Você vai desmaiar de surpresa e felicidade.

Eu nunca me esqueço daquela história da mãe que se dirigiu a uma especialista em boas maneiras para saber com que idade ela deveria colocar seu filho no curso.
Ao saber que o filho estava com três meses de idade ela respondeu: "Mas talvez já seja muito tarde!".

Não morra de vergonha se seu filho der um vexame a frente dos seus amigos.
Não valorize os erros nem dê bronca em público.
Nunca trate a criança comO se ela fosse uma débil mental, elas entendem tudo!

Use sempre um bom vocabulário.
Isso aumenta a capacidade lingüística das crianças e não fique para morrer de culpa se algum dia precisar frustrar seu filho, tipo promessa que não pode ser cumprida, etc.
Apesar do que dizem os especialistas, uma frustraçãozinha de vez em quando prepara a criança para aprender a suportá-las quando no decorrer da vida elas infelizmente acontecerem.

O palavrão.
É dito por todos.
Até em televisão, escrito nos jornais, etc.
Pretender que uma criança não repita é puro delírio.
Vamos moderar.
Mas a regra de ouro seria: palavrão na linguagem corriqueira uma coisa, mas não pode ser usado jamais na hora da raiva, da briga.
Isso vale também para os adultos.

Ensinem, obriguem seus filhos a cuidarem da bagunça que fazem.
O copo de Coca-Cola?
De volta pra cozinha.
A revistinha que acabou de ler?
Para o quarto.
Os milhares de papeizinhos de Bis?
Amassar e jogar no cinzeiro.

A lista não tem fim porque a imaginação de uma criança para instalar o caos onde quer que esteja é também infinita.

Alguns mandamentos:
Não sair pra se servir correndo na frente dos outros.
O ideal, aliás, seria que as crianças até certa idade fizessem as refeições antes dos adultos, com as mães ali ao lado, patrulhando as boas maneiras.
Não deixar cair um grão sequer na mesa.
Não encher demais o prato.
Há fome no mundo, etc, etc...
Se encher que coma tudo.
A partir dos cinco anos, não cortar a carne toda de uma vez.
Cinco?
Talvez eu tenho exagerado.
Sete.
Não misturar carne com peixe.
Macarrão com farofa, etc.
Isso é cultura.
Pedir licença pra se levantar quando a refeição terminar, pode alegar que precisa estudar, para evitar aquela tortura de ficar na mesa até a hora do café.
Um suplício.
Não bater a porta do quarto com estrondo nem quando brigar com o irmão.
Só gritar se for por mordida de cobra.
Ou ficar mudo ou estático dentro do elevador.
Não chamar a amiga da mãe de tia.
Alias não chamar ninguém de tia a não ser as tias de verdade.
E só pra deixar bem claro: tia Rosina, tia Helena, nunca tia só.
Eu adoro bebes!
Quando começa a idade da correria, eu confesso que já adoro um pouco menos.
Eu tenho que dizer isso bem baixinho pra não ofender as mães.
Vamos então falar dessa fase sublime:
Elas gostam de passar no espaço de quinze centímetros que existe entre o sofá e a mesa, brincam de pique numa sala de dois por três.
Colocam a cadeira na frente da televisão, se penduram nos lustres, pintam as paredes da sala, o teto e etc, etc e tudo aos gritos.
Eu penso que esta talvez seja a fase de maior energia do ser humano.
Ah, é a idade das guerras de travesseiros, das almofadas que voam pela janela.
Jovens pais adoram essas traquinagens.
Tudo bem.
Mas não ache tão estranho se alguns de seus amigos não curtirem tanto quanto você essa fase tão adorável dos seus filhotes.
Crianças são difíceis mesmo, é preciso muita paciência pra agüentar o que elas freqüentemente aprontam.

Mas as crianças crescem, e um dia querem trazer a namorada pra dormir em casa.
Dinheiro para o Motel só se você der.
Então o que fazer?
Claro, a gente compreende a situação mas francamente, ter que cruzar no corredor com a gatona despenteada de camiseta e escova de dente na mão talvez perguntando: "Tia, dá pra me emprestar uma escova de cabelo?"
OK, dá.
Mas e se você tem três filhos?
Vão ser três gatonas?
Acho que eu liberaria a casa nos fins de semana e iria dormir no sofá da casa da minha mãe, de um amigo, no banco da praia, deixando a garotada à vontade.
Eles e eu numa boa.
Mas só até domingo às dezenove horas, nem um minuto a mais.

Mesmo os filhos mais modernos costumam ser caretésemos em relação as suas próprias mães.
Portanto, vá anotando, na frente dos filhos:
Mãe não namora, não toma mais de um drink, não fala que acha o Jeff Bridge um tesão.
Perdão!
Mãe não pronuncia essa palavra.
Nem sabe o que quer dizer.
Não usa mini-saia, não pode adorar Madona, só pode gostar de Roberto Carlos, Julio Iglesias.
Eles te amam, mas essas preferências sempre incomodam.

Nem amigos comuns se deve ter por precaução.
Portanto quando o destino colocar vocês na mesma festa, pareça o que eles querem que você seja, anule-se.
Tenha pouca, pouquíssima personalidade.
Faça o tipo distinto e alegre, se possível, use uma peruca grisalha.
Seja discreta e assexuada, tenha poucas opiniões, se enturme com os mais velhos e trate os mais jovens como se fosse assim uma tia simpaticona, nada mais.
Ria das historias deles e não conte nenhuma sua.
Mãe não tem passado.
Só fale de receitas, crianças, se ofereça pra levar um vestido na costureira pra consertar, tenha bons endereços pra fornecer.

Dicas de cozinha, conte como era o mundo do seu tempo, seus filhos vão adorar e depois dessa festa, vá correndo tomar um whisk duplo no bar do Bonju pra não ter um enfarte.

Em compensação, na frente dos netos, faça tudo que não deve e muito mais!
Netos costumam adorar avós, digamos, fora dos padrões.
É que eles sabem que vão poder contar com elas como fortes aliadas nas crises de caretice dos pais.

Cruel?
Não...
Apenas verdade.
E mais:
Isso é que faz o Equilíbrio da Vida.
PorDanuza Leão

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

COMPANHEIRA ALEGRIA

  Se você anda meio triste, deixa eu te contar que assim como, as vezes, as chuvas que vem fortes e derrubam árvores e destelham casas um hora passam, a tristeza que destelhou sua alma também vai passar.    No início pode parecer que não vai conseguir.
Suas coisas e lembranças tão perfeitas bem arrumadinhas em prateleiras de repente se encontram esparramadas e destruídas por essa chuva interior te levam a pensar que nada será melhor nunca mais.        Como sair na rua e ver o sol, antes tão lindo e que agora parece que brilha sem calor?
 Como olhar o céu azul sem imaginar as nuvens negras que chegam de repente?
 Os dias perdem mesmo a graça e você olha pra sua cama e decide que ela é a melhor coisa que já inventaram. Sair de lá pra que...
 Seu pensamento, teimoso vai longe e procura suas amigas. Afasta, rápido! Elas vem com conversas consoladoras e você, decididamente não está preparada. Ele vai das amigas às ruas e lojas e sorveterias... É. Triste você pensa em sorvete. Porque não pensa em alface com tomates? Porque principalmente o sorvete te lembra... ah, deixa pra lá.
 Dormir. Você só precisa dormir. De novo. Porque logo o dia acaba, a noite vem e a rotina chega.
 Dormir e de novo acordar. Capriche na maquiagem e na roupa. São por enquanto, seus melhores guarda- chuvas pra esses dias de tempestade interior. E não se esqueça do cabelo. Sabe, né. São sua moldura.  Falando sério, capriche também no sorriso, nem que precise correr na farmácia mais próxima e comprar o creme dental ultra mega branqueador, do momento. Sorria no espelho. Maquiada pra vida saia de casa e enfrente o sol que está sim, bem gostoso. E olhe pro céu porque as nuvens vão voltar a ameaçar seu dia, seu ânimo e sua determinação de chamar sua alegria companheira que está lá escondidinha querendo sair ao seu lado. Juntas, você e a alegria vão pisar as poças da chuva e se refrescar como criança que não tem medo de nada e tem o mundo pela frente.

Por Irma Brazil

sábado, 4 de fevereiro de 2012

JARDIM DE INFÂNCIA


Esse não é um Blog só de histórias que invento na minha cabeça.
São historias também de fatos reais, de sentimentos meus, coisas minhas que gosto de escrever mas que fantasio também, colocando uma pitada de ficção, um

pensamento ou uma vontade de outras mulheres reais ou das histórias que a gente lê e ouve por aí. Sempre tem a influência de um livro que estou lendo ou relendo, ou de algum artigo que li numa revista ou alguma musica que escutei e dei asas...
Fazia um tempinho que não colocava aqui um relato do dia a dia.
Pois bem, ontem preparei um café da tarde para as meninas do Jardim de Infância.
Ainda não as tinha recebido em casa esse ano e nem depois que tinha pintado a casa.
Ja sabem né, mas não custa repetir que elas são a Sara Cristina Barreto
Maia, minha segunda amiga aqui em Maringá...isso lá em 1986. A Maria Antonia Lamberti que a gente e o mundo todo só chama de Tuca...que conheci depois, mas nessa mesma década de 80, também através dos trabalhos no Colégio Santo Inácio. E a Sonia Aguilar Maia que eu já conhecia através da Sara, da família do meu Zé, (eu falo meu, porque o marido da Soninha também é Zé) pois foram vizinhos na juventude, mas que só firmamos amizade agora. Mas é como se nós quatro fôssemos amigas de infância, então nos apelidamos de Jardim de Infância como eram chamados as Pré Escolas no nosso tempo.
Pois então, a Soninha veio mais cedo, porque estava resolvendo umas coisas aqui pros meus lados. Chegou esbaforida de calor e doida pra conversar. Chegou toda linda e bronzeada pelos dias que passou na praia com o seu Zé e uma parte da família. Ficamos ali papeando esperando as outras chegarem. Sarinha disse que se atrasaria um pouco, sei lá porque, devem ser coisas de mãe. E a Tuquinha já estava no Colégio recebendo o material dos alunicos dela. Chegaria também um tiquinho mais tarde.
De repente chegaram as duas e o quarteto ficou completo.
Se foi muito bom? Devo dizer que foi ótimo, porque sempre é ótimo.
Até deixamos o meu Zé participar "um cadinho". Ele chegou ainda estávamos na mesa comendo, rindo e fofocando da nossa própria vida e da alheia também mas sem maldade. É verdade, pode acreditar. Somos verdadeiras Ofélias e "só abrimos a boca quando temos certeza!" rsrsrsrs...
Falamos sobre coisas tecnológicas que ainda não dominamos e que as crianças parecem terem nascido sabendo hoje em dia. Falamos de quando vimos um celular pela primeira vez, do quanto era grande e caro. As máquinas de datilografar elétricas que já achávamos um luxo só. As aulas de datilografia, fax, bipe, os primeiros computadores comprados em 24 prestações. E o pior é que são coisas de século passado, assim como nós. Muito bom o papo.

A temporada das férias acabara. O engraçado é que ao invés de nos encontrarmos mais nas férias, a gente se encontra menos. Uma viaja no inicio do mês, outra no meio outra no fim. E as vezes nosso grupo fica incompleto, mas não ausente.
Agora que as aulas recomeçaram a gente se encontra mais certinho toda sexta-feira.
E a semana termina assim, com o fecho mais unido, divertido, mais amigo, mais compartilhado. É bom demais! Na verdade o melhor é imaginar que semana que vem ou a qualquer momento a gente volta a se encontrar.
Nessa foto a Sandra estava com a gente. Foi numa sexta feira de novembro num barzinho delicioso. Tuca, Sara, Sandra, eu e Soninha.

Por Irma Brazil

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

NINHO

Ela queria ser livre.
Não ter as asas cortadas e voar pra onde bem entendesse, ir e vir e voltar quando bem quisesse. Fazer planos e segui-los.
Ser livre significava muito, porque era tudo que ela não era faz tempo. Aos 50 anos era dona de casa tinha filhos, noras e netos. Tinha gatos e cachorros. E é claro, um marido.
Ser livre pra ela era não ter nada disso. Era ser só ela.
Mas ser só ela significava solidão.
E essa ela não suportava.
Mas lá nos seus devaneios noturnos, achava que poderia lidar tranquilamente com a solidão. Afinal, o que a solidão poderia importar diante de tantas possibilidades?
Ela não sabia o que era um momento com ela mesma faz tempo. Todos a exigiam muito. Teve uma época que ela gostava um pouco. Sim, ela gostava de ser necessária ao marido, aos filhos, a vizinha, ao gato e as plantas que morreriam se ela não colocasse agua ou adubasse sua terra. Sua vida era molhar e adubar a vida dos que a cercavam.
Até que um dia, não se lembrava da hora, mas estava tentando ler um livro e o barulho do ronco do marido começou a incomodar de forma diferente. Sempre incomodava. Se alguém está roncando do seu lado é porque está dormindo e você estando ao lado também quer dormir, certo? Pois é. Nessas horas ela ouvia música com fones no ouvido. Lia. Fazia palavras cruzadas. E o ronco ao lado incomodava, "pero no mucho"*... Até aquele dia. Naquele dia teve vontade de ter um martelo na mão. Seria tão simples. Só uma marteladinha bem no meio dos dentes. Ou mais simples ainda, ser surda. Desejava ser surda e usar um aparelho de surdez. Era só desliga-lo. Nem teria que explicar ao delegado a pancada na boca do pobre do marido. Mas vejam bem, não se trata de TPM ou coisa parecida. Bem, talvez os queridos hormônios tenham aí uma parcela de culpa em todo esse processo, afinal de contas somos feitas de hormônios. Na falta ou no excesso de algum deles, sai tudo do eixo, não é mesmo?
Pois é, tudo isso pode ter começado lá no seus ovários, mas a questão é que esse pensamento apareceu na sua mente e no seu coração.
Ser livre.
Tinha lido um livro cuja a personagem largava o marido e saia por aí vivendo a sua vida. Parecia tão bom. Parecia tão fácil. Olhar pra dentro de si mesma, sentir suas necessidades. Saber que quer ir a um lugar apenas para perambular pelas ruazinhas e conhecer o rosto das pessoas. Fazer amigos em línguas diferentes.
Mas a personagem em questão não poderia servir de base porque tinha aí uns 25 anos a menos e não tinha filhos. Essa era uma questão pesada. Os filhos.
Os filhos são sua âncora, seu rabo, seu coração e todos os seus órgãos vitais juntos. Você nunca mais se enxerga sem eles. Poxa...você pensou nisso quando estava na cama e sem proteção? Não né...acho que nenhuma pensa realmente. Tem uma fina ideia, mas não sabe até eles estarem no seu útero. Daí sim. É o seu rabo crescendo e te acompanhando até o túmulo.
E aí, como ser livre? Com voar tendo essa ancora que te segura?
Mas ela queria, oras. Pensava nisso. Pensava em não ter marido e nem filhos.
Ser solteira parecia cheirar bem, assim como um assado no forno pra quem está com fome.
Aos 20 anos isso pareceria cheiro do lixão isso sim, ha-ha-ha. Imagine ficar solteira, pra titia, no caritó, na prateleira. Não. Isso não era pra ela não, sempre tão namoradeira e fogosa. Queria ter um marido. Ser de alguém. Dormir e acordar juntos. O bafo era só um detalhe romântico e ela amaria os roncos também.
Casou e foi bem feliz é claro. Não poderia ser diferente. Amava e o amor correspondido faz tudo ser bom. Mas desconfie de tudo que te dizem "é definitivo". O definitivo é o quê exatamente?
Hoje usam muito esse termo: tatuagem é definitiva, a escova do cabelo também e a sua sobrancelha. Você quer viver o resto da vida com o cabelo alisado como se uma vaca o tivesse lambido e aquela sobrancelha riscada na sua cara como um corpo estranho na sua testa. Penso logo naquelas pessoas mais velhas enrugadas e tatuadas. É feio, desculpa aí. O definitivo são os filhos. Isso sim. Eles sim, são pra vida toda. Quer tatua-los na sua pele? Ótimo. Eles ja estão tatuados na sua vida pra sempre mesmo, né.
Ser solteira.
Ser solteira significava ser sozinha. Tem aquele adesivo né: "Solteira sim, sozinha nunca." Facinha na vida, a fila anda, vem que tem. Era o que me parecia. Lógico que ela não queria ser sozinha. Queria ser livre e não freira.
Compromisso. Ela não queria ter compromisso.
Não queria ter obrigações com mais ninguém a não ser ela mesma. Esse negócio de ter que fazer o que não quer fazer agora é muito chato. Como tudo que se faz por obrigação. Ser obrigado a fazer é horrível. No mínimo te dá rugas, vai vendo o quanto é ruim isso. Ah não. As coisas tem de ser feitas com gosto. Mas muito gosto. E era isso que faltava a vida dela. Gosto.
Sua vida estava sem sal. sem açúcar. Insossa.
Solidão. A palavra vinha novamente atazanar sua mente. Não suportava a idéia de solidão. Mas não daquela solidão do sábado a tarde quando o marido saía pra jogar bola e o neto não ficava com ela. Essa solidão era deliciosa. O silencio da casa era confortante. Tomava banho e saia pelada como se fosse criança. Esses eram momentos de solidão.
Mas uma solidão pra sempre, não. Essa era assustadora. E mesmo pensando que não estaria sozinha esse sentimento não a tranquilizava.
Afinal o que ela queria?
Levantou e foi pegar uma caixa de fotografias.
Sua juventude e toda a sua linha do tempo estavam ali e como num filme ela foi revendo as imagens, refazendo os momentos, relembrando os diálogos e fazendo uma linha imaginária de comparação: se viu sentada diante de uma caixa de fotografias de lugares e pessoas com ela mas por mais que ela se esforçasse não lembrava o nome daquelas pessoas sorridentes ao seu lado. Tinha que olhar o verso das fotos para isso. Via os bonitos lugares que estavam registrados nas fotos mas sem pessoas significativas sorrindo neles. Eram só fotos de lugares, como postais.
Foi fazendo essa comparação que ela fez a escolha. Duas mulheres sentadas diante de uma caixa de fotos mas só uma delas tinha um sorriso de verdadeira felicidade ao ver essas fotos. Só uma delas podia deixar a caixa e rever aquelas pessoas retratadas ali. Só uma delas poderia fazer isso.
É. Ela não seria livre para voar como chegou a desejar. Ela tinha um ninho para voltar. E isso era muito bom, afinal das contas.
Ela poderia ser livre, voar e voltar para o seu ninho. E ser feliz assim.



Por Irma Brazil





sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

REVISTAS FEMININAS

Repararam como os artigos das revistas femininas se repetem ao longo dos anos?
Não?
Bom eu já estou com o "longo dos anos" a algum tempo convivendo comigo e tenho observado isso.
Tudo igual sempre. Se não sai num mês sai no outro.
Teve um tempo que eu assinava uma dessas revistas. Mas a maioria delas eu lia na academia (já sei, D. Consciência, preciso voltar, mas não me atrapalhe que não quero falar disso agora, que coisa saia já do meu pensamento com esse assuntinho, aff)...então eu lia na academia e nos salões de beleza e reparei como tudo que está escrito nelas é igual sempre.
Envolve relacionamentos, amores, família, filhos. Todos os assuntos direcionados as mulheres e pra ficar bonito, tem um artigo um mês sim e outro não envolvendo os homens. Eu acho que homem nenhum lê, mas tá lá.
O foco mesmo são as mulheres e suas mazelas de sempre.
São artigos sobre emagrecimento, celulite e as últimas engenhocas pra te livrar dela. Como obter uma barriga chapada nesse verão...acho tão feio isso de chapada. Pra mim, estar chapada é estar com umas caipirinhas a mais na cachola. Hmm...
E a moda? Vem e vai...
Calças pantalonas, bocas de sino estão voltando, sabia não?
Se revolte com a sua skinny nova no armário e com aquela que você mandou a costureira apertar a boca. No ano passado eram as jaquetinhas de flor. Gente eu não aguentava mais ver nas vitrines a tal jaquetinha, que se tornou casaco, blazer era flor pra tudo que é lado. E as revistas dando a maior corda. Vestidos e saias,babados e bordados hoje assim, amanhã assado.
Se é verão ou inverno como se bronzear, como se proteger do sol e dos ventos e todos os produtos novos do mercado para isso. Quer se bronzear passe esses. Quer continuar branquela? Passe e repasse esses outros. E dá-lhe uma lista de coisas de preços absurdos.
Como se manter jovem. Como envelhecer com dignidade. Uma parafernália de novos tratamentos contra aquela ruguinha que só você vê e também para todos os pés de galinha do mundo...aos 20, 30,40, 50 e 60 anos...engraçado como todos esses artigos param nas mulheres de 60 anos. Vai ver que é porque a partir daí o que vier, do jeito que vier, é lucro. E ninguém com mais de 60 anos quer ficar lendo esses artigos né, faça-me o favor. Vamos passear, se integrar nos grupos da 3ª idade do seu bairro, ir a bingos e hidroginástica.
E tem a maquiagem que é uma coisa de loucas. Um mês é o olho em evidência, cores fortes coloridas depois cores sem graça chamadas agora de nude, também acho feia essa expressão. Depois a boca. um vermelhão põe você em destaque, mas o cor de boca te favorece nessa estação e aí mais nada né porque depois disso é corretivo, base e blush e com esses não tem muito o que inventar.
Cabelos são sempre destaque porque são duas categorias: cor e comprimento.Tudo igual. Curtos pras mulheres ousadas e modernas. Longos pras românticas e sedutoras. Mas você pode ser moderna e ousada com cabelos longos Fulano de tal ensina como...compre esse e aquele produto super em conta (aham) siga suas dicas que tudo se resolve: o liso, o lambido, o encaracolado,o cacheado aquele que levou um choque...pra tudo e todas!
Também tem a parte da mulher moderna que trabalha fora e que precisa estar antenada a tudo que acontece no mundo dos negócios, das finanças e também a quantas anda o preço do leite. Sim porque além de uma empresária de sucesso ela também precisa ser mãe, esposa, companheira e se não é casada no papel, tem que saber dos seus direitos caso o marido a presenteie com um par de chifres, mas esse assunto sempre é tratado com delicadeza e finess. Eu é que não gosto de frufrus...
E por falar em mulher que namora e que tem um companheiro há também o assunto Sexo e que é o mais badalados e explorados e chamativos de todas as capas de revistas femininas. Umas até dizem que o assunto está lacrado, respeitando aquele sua filhinha infanto-adolescente curiosa como o quê.
E aí minha filha a coisa se torna vasta. Fotos e artigos ensinam posições e o que fazer pra sua transa ser perfeita, palavras que devem ser ditas na hora H e aquelas proibidas, que você não pode dizer de jeito nenhum, objetos eróticos que vão te levar a loucura (uns me fazem rir só de imaginar a cena) lingeries que ajudam a coisa ser mais rápida ou mais demorada, tipos de pegada, gestos que te dizem se ele te ama realmente. Testes psicológicos tirados da cabeça (eu penso muito nisso) de quem, minha gente? ai ai...e por aí vai...pode observar!! Essas revistam são sempre assim. Ah ia me esquecendo: elas trazem também as reportagem com a atriz,ator ou modelo que está em enfâse nas telinhas. Nessas reportagens você pode ver como elas conseguem conciliar sua profissão e sua vida. E como ela faz questão de ela mesma trocar as fraldas do bebê e levr a mais velha na escola. Que lindo né gente? Se ela consegue, porque você não conseguiria? Vai lá minha filha faça um esforço!
Tá tudo lá nas revistas...todo mês "te ensinando a ser melhor"!
No meu caso o único esforço que faço é tentar ser normal, ter minha barriguinha, minhas ruguinhas, me maquiar do jeito que eu quiser e levar a vida com dignidade e seguir adiante...
O resto você faz como as receitas que também vem sempre nessas revistas: lê e vê se tem os ingredientes pra fazer, se não é difícil ou se é impossível por conta da trabalheira que dá...separa o que é bom pra sua vida e que te faz feliz! É o mais importante afinal de contas!

Por Irma Brazil

INFANTES INFAMES

Coisas de criança...
Chamamos de coisas de criança tudo aquilo que num adulto é considerado inadequado.
Quando estamos na companhia das crianças nos deixamos infantilizar, porque é adequado naquele momento. A gente não pode dizer pra uma criança coisas que diríamos a um adulto, porque aí sim seríamos ridículos.
E ser ridículo só é permitido na nossa intimidade né. Sabe aquelas coisas de chamar o marido ou a esposa por um apelidinho assim cuti-cuti? É ridiculo eu sei e todos sabem, por isso é dito lá no segredo das quatro paredes da nossa intimidade.
Já conheci pessoas, bem rapidamente e agradeço a Deus por isso, que falavam aos quatro ventos os seus cuti-cutis de esposa/marido que ama...na frente dos amigos e parentes...fala sério!!
Pois é...acontecem a todo instante isso de adultos com manias de criança. Nem vou comentar aqui a falta de educação de alguns pais que mimam excessivamente seus filhos. Digo excessivamente porque mimar faz parte, afinal amamos tanto esses nossos filhos que mimamos sim, mas tudo tem seu tempo, sua hora e sua medida! Falando assim fico parecendo aquelas psicopedagogas aposentadas falando cheias de razão sobre suas teorias com o óculos na ponta do nariz, epa...o meu está na ponta do nariz, rsrsrs... eu não. Falo como mãe mesmo oras.
Observadora que sou, acho que sou e vejo alguns filhos já grandinhos falando com voz mole pras suas mães de voz mais mole ainda... ai ai que feio e que ridículo.
E voltando a falar no ridículo, é cansativo e desgastante você ter que explicar pra um adulto que sua atitude é de criança. É cansativo tentar entender a atitude dessas pessoas. E é sobre isso que quero falar aqui.
Passei por isso ontem.
Ter que explicar o óbvio, de forma mais fácil possível e ainda assim perceber que o que não estava sendo compreendido era por uma birra de criança. Ora faça-me o favor, você já tem quase 40 anos. Nem combina mais. Olha aí o ridículo de novo.
Quem conviveu comigo as ultimas 24 horas sabe do que eu estou falando e do quanto fiquei, digamos assim irritada mas depois até dei risada com aquilo.
Mas passou e foi resolvido.
Aí lembrei de um fato. Lembrei e relacionei.
Certas pessoas não crescem.
E certos homens não crescem.
Andei indignada uns dias. Ainda estou na verdade.
Com vontades de escrever xingamentos pelas paredes da internet afora.
Quando temos 15 anos ouvimos daquela tia legal ou da irmã mais velha ou até daquela professora de Ciências que as meninas amadurecem mais rápido. Mas ninguém nos disse que alguns meninos não amadurecem nem devagar e nem nunca. E a gente só percebe isso convivendo com essas criaturas irritantes.
E sabe do que mais? A culpa é sempre das mães.
Ave Maria, tinha que ser hein! Já não basta engordar 20 quilos na gravidez e ainda mais essa...mas é a dura realidade. Porque as mães esquecem que um dia, foram mulheres a procura de um homem maduro. E quando é mãe, cria seu menino para ser um babaca esquecendo que alguma parceira sua lááá na frente vai cobiçar o filhinho e querer que ele tenha atitudes de Homem. Mas se ele foi criado pra ser um mimadão infantil, fica difícil, hein? Prejudica as companheiras da classe.
Daí as psicólogas e os terapeutas que deem um jeito. Cavuquem a vida desse homem pra dizer que ele precisa crescer. Tá na hora meu filho!! Corre atrás.
Mas atéééé isso acontecer ele vai errando e iludindo e machucando por aí como quem não quer nada. E eu querendo que antes que ele cresça, que se ferre um pouquinho só.
Ai que maldade né. No fundo e no raso eu sou boazinha, mas tudo tem limite. Canalhice só cai bem em Hollywood porque nos filmes alguns canalhas são lindos e sedutores o que não é bem o caso, seduza lá suas negas, mesmo porque as que te cercam, querem qualquer um que pague o divertimento de hoje.
Estou aqui falando e desabafando. Já me disseram que não cai bem xingar, que não adianta publicar minha indignação. Mas eu não ia perder a oportunidade já que deu vontade de escrever sobre isso.
Fechando o assunto, criancices são lindas em crianças. Passou dos 10 anos fica estranho. Chegou aos trinta/quarenta então fica ridículo. E aí só uma boa terapia. Ou sua cara bem quebrada por aí.
Eu ia achar bem melhor!

Por Irma Brazil


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O NOVO

Ano novo, vida nova!
Pois é, fico pensando até onde vai isso...
No fundo no fundo não vai muito longe não, porque fica que meio da boca pra fora!
O que realmente muda são os dias no calendário...
No jornal da manhã mostrou as primeiras mamães do ano...ah sim, pra elas vai mudar mesmo...quem é mãe sabe!
Tá me achando um tantinho amarga hoje?
Não sou eu que sou amarga, fia...é a realidade dessa frase aí que ainda ilude as pessoas! Elas pensam assim que termina o Natal e se aproxima o Ano Novo:
-No próximo ano, vou fazer, vou acontecer, vou acertar e não vou errar, vou cuidar, vou relaxar, vou deixar, vou voltar, vou começar, vou terminar, me dedicar, perseverar, arrumar e mais uma série de coisas que deixam nossa senhora das promessas de cabelo em pé...
Daí começa a tal da Rotina.
Essa aí sim, acaba com qualquer decisão da Mudança, porque sabe ser implacável. Onde ela se instala não fica espaço pra nada de diferente. Pensou em mudar o corte de cabelo? Não deixe a D. Rotina ouvir isso...ela já vai se infiltrar em seu pensamento te convencendo que desse jeito tá bom, que dá muito trabalho ir ao salão e explicar o que você pretende...
A rotina pode ser comparada a uma mancha feia na sua roupa nova ou a um dente quebrado. E logo o da frente...de tão frustrante que é.
Você fica sem jeito, sem graça, sem sorriso, sem o novo.
Mas ela é tão cretina a tal da rotina (Olha, até rima, paiducéu!) que ela se disfarça de gostosa pra nos enganar. Se faz de segura. A gente fica achando que nela estamos bem... a roupa nova que furou, nem ficava bem mesmo em você, te deixava gorda e você tinha que usar, afinal era nova. Agora com o furo, não precisa. E o dente? Você estava mesmo precisando fazer uma visitinha ao dentista, confessa!
A rotina é assim. Uma safada!
Tudo novo de novo. Alguém me explica essa frase?
Tá certo, a gente deve fazer nossas preces pra não errar o mesmo erro neste novo ano. Saber modificar as coisas pra melhor, gostar de coisas melhores e mandar pra tonga da mironga as coisas ruins, as pessoas chatas e a "samanta" também oras...

Então...
Fico meio assim com essa expectativa toda pro ano novo...em mim também corre uma certa adrenalina...e o nome disso eu já sei: é Esperança!!
Esperança!!
Por causa dela a gente não pensa em deixar tudo igual e quer fazer diferente.
Aí você lembra da frase da sua vó: Quem espera sempre alcança!
Espera...esperança.
Aí eu li assim que a esperança é, para a filosofia, uma crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vida pessoal.**
Entendeu?
Positividade é a palavra chave!
Ser positivo é tudo minha filha...
Ha-ha-ha pode ser chatinho também, me lembrei agora daquela pessoa, todo mundo conhece uma assim, que você fala da sua desgraça e ela vem com uma pérola de positividade irritante. Uma frase tão positiva, mas tão positiva que te irrita porque na verdade você não quer escutar isso, quer é alguém pra chutar o balde junto com você...né Dudi?? Ha-ha-ha!! A internet está cheia dessas frases positivas...eu mesma já usei algumas e até gosto...tudo depende do grau da sua TPM...
Mas é isso: Ano Novo...Vida Nova!!
Faça aí as suas promessas...
Acredite que realmente há de mudar...
Pra algumas coisas eu fico aqui com meu pezinho atrás, teimoso ele...
A D. Rotina comanda e me convence que está bom assim mesmo!
Pra outras coisas eu quero mesmo uma vida nova, afinal de contas a D. Esperança mora vizinha da Rotina e são velhas conhecidas das batalhas da vida!
Mas como todo mundo já sabe e já dizia sua sábia avó:
A Esperança é a última que morre!

Um Feliz Ano Novo pra todos mesmo que seja de novo...



* Se a Britney tá sofrendo com a Samanta nessa foto, nunca mais ponho biquini, viu d. Vida?

**http://pt.wikipedia.org/wiki/Esperan%C3%A7a_(filosofia) -->pra você ler sobre a Esperança.

Por Irma Brazil