quinta-feira, 18 de abril de 2013

VIDA SIMPLES

Ei, Vida, você poderia ser mais simples hein!
As vezes você complica e a gente enfia os pés pelas mãos e como dizem os antigos "queremos a carroça na frente dos bois"...
Que digam nós mulheres.
Precisamos entender que você, D. Vida é muito fácil. E que somos nós que tornamos as coisas difíceis querendo tudo de uma vez.
Lembra quando era criança?
Que vida simples, meu Deus.
O único problema era resolver do que e onde brincaríamos? Inveja de amiga? Só se ela tivesse um brinquedo melhor que o seu, mas bastava vocês brincarem juntas que a inveja passava. Tristeza? Era ver a chuva estragar aquele dia de brincadeiras na rua. Mas logo inventávamos brinquedos para dentro de casa. Revoltas? Ah, só quando a mãe chamava o que era sempre no melhor das brincadeiras.
Viu só, era tudo simples.
Basta ficar adulta que não sabemos lidar com as perdas, com as invejas e as revoltas nossas do dia a dia. Parece que tudo fica mais difícil, gente.
Talvez fique mesmo. É a tal responsabilidade.
O pior é que quando somos crianças olhamos de olho comprido pras moças feitas, com suas unhas pintadas e maquiagem nos olhos e lábios. Seus saltos altos.
Como queremos isso, nossa... Olhamos nossa criancice como uma coisa eterna, não vai passar nunca peloamordedeus? Pés sujos e unhas roídas, nunca seremos moças.
Minha mãe olhava minhas pernas finas cheias de marcas roxas e cicatrizes e dizia em tom de sentença: Vai crescer uma moça com a s pernas cheias de marcas. E eu prometia no meu intimo nunca mais brincar que nem um moleque de rua, mas qual o quê... no dia seguinte já estava com um novo ralado. As crianças de hoje quase não tem um raladinho. e quando tem as adultas saem procurando médico pediatra pra evitar uma infecção generalizada. Pensem nos germes, gente. Ahhh, que eu já teria morrido seca e preta de tantos germes da minha infância. Germes dos bons hein, daqueles que não me deixaram nem uma marquinha na pele, viu mãe? Cresci uma mulher das pernas lisas.
Tá, cresci com as pernas lisas e daí? Cresci e me tornei responsável pelos meus atos.
Bela porcaria.
Tem coisas tão ruins de decidir. Dá pra pular essa fase, pular nossa vez?
Não né, já sei.
Acordei cedo escolhi minha roupa e fui trabalhar. Minhas responsabilidades me esperam. No caminho penso na minha infância e no quanto ela foi boa. Atualmente, na minha rua as crianças não podem brincar, mesmo que quisessem: o tráfego é intenso. Um perigo. Quem tem um quintal é privilegiado. E quem tem amigos pra brincar nesse quintal então, caso raro. Crianças confinadas a um apartamento, com espaço para brincar só na escola e com hora marcada do intervalo...e a gente sabe que quando somos crianças brincando os minutos passam voando.
Quando adultos tambem aprendemos que momentos alegres e descontraidos duram pouco, mas tambem damos mais valor a eles.
A vida nao e simples, e verdade! Mas a gente quando cresce complica demais. Sejamos maia leves!

Por Irma Brazil

SEI LA

Eu bem que tento escrever mais, fazer disso aqui um diário, daqueles que serão encontrados lá no futuro por uma bisneta que adorará saber o que a bisavó pensava, fazia ou detestava fazer.
Mas é difícil gente.
A tal inspiração vem. É engraçado dizer inspiração porque parece coisa que só quem é poeta de verdade tem. Mas o que me leva a escrever as bobagens que escrevo aqui é realmente uma inspiração, uma vontade de explicar do meu jeito. Pois é. Ela vem. Mas vem em horas impróprias, dai eu pergunto para o verdadeiro poeta: é assim mesmo? Ou só comigo que acontece de estar parada no sinal de transito,ou capengando de sono ou fritando uma cebola no fogão que ela vem? Então eu penso que deveria anotar aquela linha de pensamento, aquele assunto, aquela palavra que quero desenvolver. Mas aí passa. Passa o tempo, passa o vermelho do sinal, o ponto da cebola. Eu durmo pensando que no outro dia vou me lembrar desse fio de pensamento. E não lembro não.Tenho que ter um caderninho pendurado no pescoço e uma caneta atras das orelhas!  Ah, não precisa né. Não ando tão inspirada assim.
Minha bisneta vai pensar que eu vivia queimando cebolas por aí. Ou levando buzinadas nos sinais. Talvez devesse dizer pra essa bisneta que o tempo hoje está seco, que a última vez que choveu foi no dia do casamento da Juliana e do Rodrigo. Que hoje acordei com uma preguiça de pensar em cozinhar que sairia feliz pra almoçar fora, mas temperei peixe ontem e tenho que fazê-lo hoje. Poderia deixar escrito aqui.
Ponto. Recomeço
Comecei a escrever isso sei lá quando...não anotei a data, olha que coisa! Mas recomeço daqui.
Escrever coisas do dia a dia um dia podem interessar a alguém. Ou não! Um dia ouvi uma amiga dizer sobre fotos antigas guardadas, que os nossos filhos nem conhecem, não sabem quem são esse povo nas fotos, guardar pra quê? Nós guardamos mas eles com certeza jogarão fora. Numa era de muita tecnologia como essa que vivemos as pessoas querem coisas imediatas e parece que ler um texto, uma carta, um livro é um tremendo sacrifício, uma coisa demorada. Pra que escrever você se eu entendo perfeitamente o "vc". Pra que acentuar a palavra se a pessoa que vai ler sabe o que você quis dizer. É a economia até em textos! A base da porcaria.
E com isso desanimo em escrever coisas pra uma neta ou bisneta que talvez eu nem conheça ou reconheça. Posso estar tão baiuca que não reconheça meu próprio nariz no espelho. Sabe-se lá.
Vou confessar uma coisa: Tenho guardadas inúmeras cartas escritas por mim e por meu marido na época do namoro( isso lá na década de 80). Estão guardadas numa caixa bonita , enfeitada com um belo laço de fitas. As traças ja me disseram que gostaram de todas. Além das traças quem mais as leu? E quem um dia vai ler minhas cartinhas, escritas com tanto amor, emoção e sentimento a flor da pele? Quem vai se importar com a emoção que eu tinha ao receber essas cartas? Fiquei triste agora ao constatar isso assim tão de perto. Elas estão lá dentro da caixa e talvez nem eu mesma volte a lê-las. São umas 150, 200 cartas. Será que se eu digitalizá-las elas duram mais 30 anos? Mas como fazer isso?
Ai ai que tristeza me deu desses tempos modernos. Eu não acompanho muita coisa não.Meus filhos tem um celular desses que não precisa de teclado e eu me vejo dizendo que não gosto e nao consigo, igual minha mãe quando tentei lhe ensinar a mexer no controle remoto da TV.
Pronto
Recomeço de novo e de novo eu nao anotei a data da postagem anterior....
Bom, hoje é 18-04-2013 e são 20:44
E veja voce que hoje eu tenho um celular de nao precisa teclar é a tal tela touch screen, sensível ao toque e até estou gostando e me acostumando, veja só nao estou tão ultrapassada, eba! Minha neta ou bisneta vai ter orgulho de mim. Mas devo confessar que nao sei jogar video game, nao sei andar de patins e tenho medo de qualquer altura. Voce não tem uma bisa radical. E tambem nao tricoto nem costuro. Faco um bolo ou outro mas nao fao pao caseiro ou seja tambm nao sou uma bisa tradicional. Ah sei la voce decide que tipo de bisavo serei. Estou muito nova pra pensar nisso!!

Por Irma Brazil