segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MORTE SAI PRA LÁ

Segunda-feira braba.
Li numa entrevista com uma atriz sobre o medo da morte. Ela disse que teme a morte sim, porque acha muito chato não estar viva no ano 3000...
É. Eu também penso assim.
Não quero morrer de jeito nenhum.
Não quero perder as cenas dos próximos capítulos da vida.
Tanta coisa no mundo, tanta coisa boa... Também não vou dar uma de Alice aqui né (tudo lindo no País das Maravilhas). E as coisas ruins, chatas, burocráticas,cansativas de arrancar os cabelos?
Ué, faz parte meu filho...faz parte! A gente se alegra quando essas coisas são solucionadas e nem disso quero me livrar! Quero tudo a que tenho direito até não aguentar mais e morrer.
Mas aí é que está. Não quero a morte.
A morte é estúpida. É um vexame: ô dona Morte, sai pra lá minha filha que eu ainda quero muito mais!

Juntei duas coisas: essa entrevista e uma história que li também sobre uma jovem cantora. Ela achava que tinha nas mãos o poder de adiar sua felicidade até gastar todas as outras possibilidades.
E de possibilidade em possibilidade vai trançando um emaranhado de vidas ao seu redor sem perceber. Procura durante o dia entre os amigos, procura durante a noite nas baladas, em seus shows faz performances mirabolantes tentando aparecer. Ela bem que tentou uma nova vida... Deixou de lado um coração ansioso e foi adiante num novo amor.
Lá na curva da vida viu que não havia felicidade nele.
E a possibilidade ficou ali. Acenando sem ser testada.
É meu bem, a vida acaba.
A mãe envelhece, o filho cresce e os amigos tomam seu rumo. E a jovem passando pela vida sem perceber o moço que atento as suas delicadezas, rosto belo e de feições delicadas quer juntar as suas histórias. Quer ser feliz e fazê-la feliz. A dúvida e a incerteza dela brecam as atitudes.
Eu, do alto da minha sabedoria, (ha-ha-ha vai rir a Mãe Natureza e dizer que não é sabedoria não ô, é a sua idade!!!) vejo isso como uma perda de tempo. Minha jovem menina abra o olho. Decida sua vida porque ela não é perene. Tem fim. E a do moço também. Não podem perder tempo com indecisões.
Me deu uma tristeza essas histórias. Tristeza porque nem a atriz e nem a cantora não vão, realmente não vão viver no ano 3000. Nem elas, nem eu, nem você que está lendo isso aqui e nem quem vem depois de nós.
A diferença é que a atriz está lá nos seus quase oitenta anos e se morrer amanhã poderemos dizer que ela viveu muito.
Já a cantora é jovem. Se morrer amanhã ficaremos com aquela sensação vazia da juventude jogada fora, da felicidade frustrada por não ter sido vivida.
Dar chance, deixar que as coisas sejam testadas, que os amores sejam vividos mesmo que não sejam pra vida toda.
É assim a vida. Buscar sempre e estar atento a quem estamos fazendo felizes ou infelizes.
Quando a gente fechar os olhos dessa vida é disso que todos vão lembrar.
Morteee.....sai pra lá!!!

Por Irma Brazil

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