sábado, 6 de junho de 2015

SOBRE ELOS, LAÇOS E RECOMEÇOS

prefixo “re-“
O prefixo “re-“, de origem latina, pode ter três sentidos:
  1. Repetição, como em “recapear” (tornar a capear), “recapitalizar” (tornar a capitalizar), “recarregar” (carregar de novo), “repisar” (pisar de novo, repetir), “reler” (voltar a ler), “repaginar” (paginar novamente), “renumerar” (numerar de novo alterando a sequência ou a ordem dos números), “rever” (ver de novo), “repensar” (pensar novamente reconsiderando), etc. Observamos que em certas palavras esse prefixo não tem apenas o significado de repetição: algum outro traço semântico é adicionado ao significado do verbo ou do substantivo derivado.
  2. Reforço, a exemplo de “rebuscar” (buscar minuciosamente), “rejubilar” (causar muito júbilo, alegria), “revidar” (de “re + envidar”: responder ofensa com outra maior), “revigorar” (aumentar o vigor), “revirar” (virar muitas vezes), etc.
  3. Retrocesso, recuo, como em “reflorestar” (recompor a floresta), “reiniciar” (voltar ao início), “retornar” (voltar para o ponto de partida), etc.
                                                                   (http://www.paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica169.html)



Renascer. Recomeço. Reencontro. Restauração. Recompensa...
As coisas e as pessoas não desaparecem da sua vida assim sem mais nem menos...as coisas são coisas. Se estragam, se quebram, se acabam. As pessoas nascem e morrem e entre esse tempo convivem com você mesmo que estejam lá no fundo da sua recordação...
Não posso deixar passar o "re" de novo: re-cordação...

Renata. Renatinha. Rê.

Reencontrar a Renata foi como achar um tesouro!
Quem é Renata?
Um breve relato:
Renata é minha sobrinha. Filha única de minha irmã mais velha, minha querida Mirtes que faleceu jovem, no ano de 1981, no auge de sua vida aos 31 anos. Renata cresceu no Rio de Janeiro com o pai e os avós. Sempre cercada de muito carinho por eles, pelos primos e primas sempre presentes. Depois de algum tempo seu pai se casou de novo e a Renata ganhou dois irmãos. E a vida seguiu. Nos afastamos, eu e ela por coisas da vida. É doloroso relembrar de certas coisas. E hoje, olhar para trás e ver que acontece nas melhores famílias te dá um certo alento. Mas dói, quero deixar claro.
Em 1985 eu casei e mudei para o Paraná.  E o mundo continuou a girar para mim e para ela...cada uma ocupada com suas vidas.
Sobrinhas e sobrinhos sempre fizeram parte da minha vida de forma apaixonante. Sempre estiveram me rodeando, desde a infância. Fui tia bem cedo, criança ainda, mas curtia muito ter uns bebês por perto. Sou a caçula de quatro filhas e quando as duas mais velhas casaram, eu ainda era uma pirralha entre elas. Minhas irmãs me deram seis sobrinhos: Ada, Mario e Flavia filhos da minha irmã Teresa, a Renata filha da Mirtes e depois mais tarde, quando eu já estava casada, o Pedro e o João Paulo, filhos da minha irmã Dilcinha. Aqui no Paraná conheci e adotei os sobrinhos do Zeca...são eles: Vinicius, Daisa, Marcilene, Luiz, André, Marcela, Simoni, Beatriz, Guilherme, Heloisa, Luana, Rafael e Fernanda. Minha vida aqui era cercada desses primos e primas dos meus filhos. Era com essa parte da família que meus filhos tiveram mais contato. Um pouco por causa da distancia, que nem era tanta assim mas acredito que isso somado a diferença da idade tenha ajudado e atrapalhado o convívio entre eles. E por isso era de se esperar que eu não me conformasse com o fato de não ter um contato mais direto com os que estavam afastados geograficamente de mim. E principalmente com o afastamento da Renata. Na minha cabeça ela sempre surgia e eu ficava imaginando como ela estaria e o que ela estaria fazendo. Vida que segue.
E nesse seguimento a Renata encontrou o Hugo. Juntos eles se completam e com isso eu ganhei um sobrinho. E foi através do Hugo que eu encontrei a Renata...bendito Hugo e bendita as redes sociais. Dilcinha e eu ja tínhamos procurado por ela mas sem sucesso. Mas isso martelava minha cabeça de tempos em tempos. Sentia muita falta dessa menina, de saber dela, saber das coisas dela. E de repente aconteceu. Como foi bom esse reencontro. Não há palavras suficientes para expressar corretamente meu sentimento...era uma mistura de tudo e foi com esse turbilhão de emoções que durante seis meses nós nos reaproximamos quase todos os dias pela internet, whatsapp, telefone e celular. Foram seis meses de descobertas. Sabe uma corrente de elos? A cada papo, a cada risada os elos iam se formando e se unindo em corrente. Uma corrente de amor antigo, afinidades, igualdades, coisas em comum, de novas coisas, de risadas e choros até que finalmente um encontro de verdade. Ela viria com Hugo e uma alegria imensa me preencheu...contei pra todo mundo daqui e todos ficaram felizes e aguardando com ansiedade o dia da chegada. Dia 30 de dezembro de 2014.  E quando esse dia chegou eu jurei que não ia chorar...chorar pra que se eu estava muito feliz? Pois é.... Mas no caminho pro aeroporto, eu fui lembrando da minha irmã, de quanto eu a amava, de quanto ela tinha sido tudo pra mim e o quanto ela me fazia falta. Do amor e da alegria dela com essa filha. Fui lembrando de como em cada fase da minha vida, eu pensava nela e no que ela pensaria a respeito. Sentimentos que só o meu coração conhece. Eu devia esse reencontro pra ela. E com tudo isso eu chorei. Chorei o caminho todo. Não conseguia controlar, foi muito forte.
Os dias com a Renata aqui foram dias ótimos. Posso dizer que foi um "namoro": primeiro a distância e depois pessoalmente. E que só aumentou nossa afinidade. Era uma troca de olhares e uma parceria de idéias e jeitos que deixavam claro: somos uma só família. A menininha virou uma mulher linda e querida. E eu estava muito feliz por ela estar na minha casa, conhecendo o tio, meu parceiro em tudo inclusive desses sentimentos, conhecendo meus filhos, seus primos e rindo com eles sentada no meu sofá. Tão a vontade na minha cozinha. Muito bom ver minha irmã nessa menina, nos gestos, na risada, o cabelo...  Eu observava tudo com os olhos do coração. Juntando os elos.
Ela foi embora de volta pra sua casa, mas a nossa afinidade ficou pra sempre. Eu sinto que jamais ficaremos separadas de novo. Fui ao Rio rapidamente no final de janeiro e fiquei na casa dela. Mais um elo na corrente. Revi meu cunhado, pai dela (sim, para sempre meu cunhado) revi a D. Célia e pude agradecer por tudo que ela fez, por todo amor dedicado. Conheci a nova família da Renata, inclusive da parte do Hugo. Ah o Hugo....a Renata não poderia ter achado um marido melhor. Um querido esse menino. Um companheiro de verdade.
Tenho certeza que minha irmã está feliz, está tranquila lá no céu. Sua filha esta cercada de amor e carinho por todos os lados. Quero apagar das nossas vidas esse trecho em que ficamos separadas, mas não posso. Ele está presente e faz parte da nossa vida. De alguma maneira Deus agiu nisso também e eu aceito que tinha que ser assim. Ainda me pego pensando nos momentos que perdemos, não consigo evitar. Penso em tantas coisas que se passaram em nossas vidas e que não participamos... mas fazer o que? Passou.
Estamos na fase do re.
Reencontro.
Reaproximação.
Recomeço.
Rê te amo!

(Escrito por Irma Brazil)

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