Quando eu era criança gostava de Domingo.
Meu pai ficava em casa, ia a feira e sempre rolava um gibi novo. Meu pai era um cara que gostava de coisas de casa: martelava, pregava, comprava, arrumava, varria.
Então Domingo com ele em casa era sinal de atividade.
Geralmente quando eu e minha irmã resolvíamos levantar ele já tinha feito várias coisas. Isso quando ele mesmo se encarregava de nos acordar. A mim não porque eu só ria das coisas que ele fazia. Mas minha irmã sempre era escandalosa e ele aproveitava. Fazia emaranhados de linha de costura preta e amarrava na cama de cima ( dormiamos num beliche, eu em cima) e deixava pendurada bem pertinho do rosto dela. ela sentia aquilo e acordava de um pulo. Meu pai era um gaiato. Coisas assim ele fazia para nos fazer rir e ele rir mais ainda...muitas, muitas saudades disso e daquilo e demais do meu paizinho...
Bom, mas também no Domingo era dia de ir a praia. Eu quando não tinha idade de ir com as amigas, ia de carona com as irmãs que nao podiam ir sem mim. Sabe aquelas coisas de ser a caçula raspa de tacho? Aquela que garantiria a virtude das irmãs? Essa era eu... Ai ai...vai vendo a situação.
Mas era tão bom... ficávamos lá e eu pensava que não tinha lugar melhor pra mim do que uma praia. Pra mim eu ia ter aquilo pra sempre era tão natural e tão certo...acho que até hoje penso assim...amo Maringá e minha vida, mas esse não é meu habitat natural...
Saudades!
Domingo depois da praia era almoço com carne caprichada e pudim de leite condensado, o preferido do meu pai.
Silvio Santos e Domingo eram uma coisa só. Gente como minha mãe aguentava? O dia todo aquela animação desse homem falando, sorrindo e comunicando que ele só. Sempre gostei mais do Chacrinha que era de sábado.
E é claro que queria muito ser chacrete.
Ficava imaginando.
Mas, de repente o Domingo acabava.
E sempre e até hoje do mesmo jeito: Vamos dormir que amanhã é segunda!
Boa semana pra todos!
E que Deus nos abençoe!
Por Irma Brazil
Por Irma Brazil
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